segunda-feira, abril 13, 2009

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Abriga-me, solidão, em teu forte abraço. Enlaça-me e nunca mais ouse soltar-me. Faça de mim teu escravo eterno, obedecendo unicamente aos teus desejos de manter-me só. Oh, solidão... meu corpo grita pelo calor de outro, ansiando a aproximação de alguma alma. Mas permaneça tranquila: não irei decepcioná-la. Entrego-me completamente a você, nobre sentimento, se prometer abrandar os outros, que insistem em me tomar. Irei me conter, solidão, mas garanta-me companhia para todo o sempre.

terça-feira, março 24, 2009

Empty space.

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Meu maior segredo escondeu-se entre uma de minhas milhões de memórias e pensamentos. Armazenado em minha inconsciência, ele não pretende vir atormentar-me novamente. Pelo menos assim espero... preciso sentir-me livre. Livre do peso de carregá-lo comigo e apenas para mim. Porém não consigo. Mesmo que ele não esteja mais no campo consciente de minha mente, eu ainda sinto-o. Do mesmo modo como ainda posso sentir sua presença, mesmo que não estejas aqui esta noite. Sinto o toque suave de suas mãos, sinto o seu olhar queimando-me por fitar-me com intensidade, sinto seus lábios percorrerem minha pele... juro que sinto. Mas ao virar-me meus olhos apalpam o vazio. Eu tenho a sensação de que estás aqui, presente, juntamente com os outros segredos que preciso compartilhar.
Para sempre eles permanecerão em mim, do mesmo modo como tua alma permanecerá para sempre em meu quarto cheio do vazio de sua ausência.

quinta-feira, março 19, 2009

Sooner or later.

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O único som que chega aos meus ouvidos é o silêncio. A ausência de respostas continua presente. Afogo-me cada vez mais neste mar de mentiras e ilusões criadas por você, mas vivenciadas por mim. Meu maior medo agora é que eu chegue tão fundo que isto transforme-se em algo completamente irreversível. Ainda agarro-me à pequena esperança de salvação, mesmo sabendo que a probabilidade de eu alcançá-la é mínima. Um último pedido. Um último desejo. Uma última chance... era tudo o que eu precisava. Era tudo o que você não podia me dar.

sábado, março 14, 2009

Killing me softly.

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Como dizimar a dor? Às vezes pergunto-me se há uma saída, de fato. Até quando perduará a atrocidade? Temo não poder fazer nada para subjugá-la, pois sinto a dolência tomar conta de mim. Estou mais desnorteado do que pareço, mas não irei acusar ninguém. Mesmo que talvez devesse. Se a alegria é tão contagiante quanto dizem, a dor também deve ser. A quem devo culpar por me consternar? É sempre mais fácil apontar os erros de outrem do que admitir os próprios. Tudo à minha volta enegrece. Talvez deva culpar a esperança. Se ela não estivesse tão presente em mim não haveria tamanha desilusão. Mas, e se não houvesse esperança? Do que o homem seria feito? Faz parte do crescimento, a decepção. É uma lástima que alguns sejam tão piegas que se prendem a ela. Eu sou um deles. Por mais que tente usá-la a meu favor, não consigo. Não consigo perorar o sofrimento ou rir da desgraça.

sexta-feira, março 13, 2009

A secret.

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Tu nunca saberás que, todas as noites, meu inconsciente te encontra, em mais um sonho perfeito. Nunca saberás que és tu o dono de meus pensamentos. Jamais me ouvirá dizer que todos os meus desejos estão ligados a ti. Não terás consciência de que meu coração sangra por tua causa. A covardia me envolve em um abraço apertado, e sei que não pretende deixar-me livre tão cedo. Se estou preso a ela, como poderia a coragem vir até mim? Sei que não estou fazendo tudo o que poderia para a pusilaminidade deixar-me de vez. É quando percebo que não tenho certeza do que quero. Ou tenho, mas o medo de devastar meus sentimentos é maior. Seguirei sem ter as respostas que tanto almejei, mas que agora não importam mais... porque a esperança de te ter se foi.

quinta-feira, março 12, 2009

I need this more...

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Paixão. Tão doce que pode ser fatal, tão sedutora que todos os outros valores ficam esquecidos... Quem nunca a provou? Quem foi forte o bastante para resistir a tamanha tentação? Quem já conseguiu escolher outra opção quando estava tão perto dela que poderia sentir seu coração ser invadido com todo seu encanto? Quem conseguiu decidir que não queria isso para si porque não precisava de um sentimento tão vulgar? A paixão nada tem de inocente e é por esse motivo que torna-se tão atraente aos olhos de todos. O sentimento de perigo. Adrenalina. Avidez. Quem é forte o bastante para dizer não a este vício? Vício que nos alimenta. Que nos torna mais dependente a cada dia. Suas consequências são tão prazerosas quanto viver a própria paixão. A dor temporária. O sentimento de dependência. Quem teve coragem de colocar um final nisso? Quem quer libertar-se de toda essa magia? Quem ousaria?

terça-feira, março 10, 2009

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Sei que é nocivo; tenho consciência de que é devastador e de que acabará deixando-me mórbido, devido ao tamanho desejo que tenho de continuar nesta busca lancinante. Mas não consigo fazer com que a avidez se abrande e sou fraco demais para impedir a mim mesmo de prosseguir. Talvez, se eu seguisse a razão e parasse de agir com insensatez, este anelo poderia definhar-se. Talvez. As incertezas são cada vez mais frequentes, mas isto não é o suficiente para que eu hesite em avançar. Desejo ardente, impulssiona-me para a ruína, fazendo com que não me reste mais escolhas. Não posso mais adiar. Meus olhos insistem em me atormentar... ou talvez seja minha própria consciência. Não. A inconsciência. É ela a mais cruel, que me faz aviltar de tal modo. Meu orgulho se foi, juntamente com a esperança de salvação e revigoração. Sei que cheguei aonde não tenho permissão para ir. Nem sair.